Um Alentejo pop

Imagine um enorme descampado com casinhas em taipa brancas com janelas azuis.

Em seguida, as imponentes ruinas romanas de Cucufate, de 1.d.C.. Agora junte a  esse cenário, uma construção ultra moderna, uma enorme caixa de concreto envidraçada, rodeada de vinhas e alfazemas e recheada de obras de arte, objetos de design, wine bar, comida alentejana e ótimos vinhos. Pois estamos falando da Herdade do Rocim, a mais ‘pop’ das 250 vinícolas do Alentejo.

É um dos raros projetos modernos de uma região onde predominam construções centenárias. E técnicas de vinificação milenares também: perto dali, a tradicional José Maria da Fonseca continua engarrafando vinhos fermentados em antiquissimas anforas de barro.O projeto é do arquiteto Carlos Vitorino, que conseguiu erguer uma construção moderníssima, sem destoar da paisagem.  O muro maciço de pedras típicas dessa região encobre, da estrada que leva de Vidigueira até a vila de Cuba, baixo Alentejo, as linhas modernas da sede.

 

 

 A Herdade do Rocim, vinicola nova, manda para o Brasil suas três linhas de vinhos: Olho de Mocho (mocho é o nome de uma planta local), Rocim (raça de um cavalo) e Grande Rocim. São oito rótulos distintos e 250 mil garrafas, entre 40 tintos e 20 brancos, uma combinação de castas como Aragonez, Trincadeira, Alicante Bouchet, Touriga Nacional, Antão Vaz e outras uvas que crescem pelos seus 60 hectares.

 

São seis mil metros quadrados de área construida, onde os grandes espaços predominam. Ali, os vinhos são vinificados em meio a telas…

 

 

 

 

Concertos musicais, peças e mais uma, loja de design bacanérrima, wine bar, restaurante e uma adorável livraria só com titulos relacionados ao vinho, da poesia e romance aos guias e obras técnicas. 

 

 

Uma das atrações do anfiteatro ao ar  aivre ( palco dos mais variados espetáculos) é a escada de azulejos vermelhos, por onde corre a água que vai dar no espelho d´ agua: você jura  que é vinho tinto correndo.

 

Mas apesar de todas as bossas que pontuam o projeto, o principal salãodo Rocim abriga um grande largar em mármore branco, quase uma escultura:é ali onde acontece o pisa-pé ou seja, quando as uvas são esmagadas com os pés, prática ainda comuníssima nessa parte de Portugal. 

 

 

 

 

 ” Dá-me mais vinho que a vida é nada”. ” A vida é boa, mas o vinho é melhor” ambas de Fernando Pessoas. No wine bar/ restaurante, come-se queijos cremosos com pão alentejano (espetáculo!), sopa de cação (já provou?) e “burras”, as clássicas bochechas do porco servida com migas. E ouvindo fados com Amália Rodrigues ou Mariza (adoro).

 


No bar wine, organizam degustações da linha completa da casa. Há mesas espalhadas pelo varanda descoberta. O Gran Rocim Reserva é o top dali e sai por 50 euros a garrafa. Mas curtição mesmo é beber o Mariana e conhecer a razão do nome do rótulo

 

 

foto do Oscar Daudt, que não saiu com crédito hoje, no ELA (minhas desculpas)

 

Remete à Mariana Alcoforado, freire que viveu um romance palpitante (e frustante também) com o Marquês de Chamilly. Foram jutas de amor documentadas em cartas, tempos depois reunidas no belo livro “Cartas Portuguesas”, iniciativa da própria Mariana. A soror virou abadessa e morreu aos 83 anos, em um convento em Beja, cidade vizinha ao Herdade do Rocim.

 

Não é o Alentejo na sua essencia?”

Por:Luciana Fróes/Globo 

 

Évora: o paraíso gourmet de Portugal

Alessandra Blanco, jornalista e editora-executiva do iG, elege Évora como o paraíso gourmet de Portugal.

Saí de Lisboa em direção a Évora com duas indicações gastronômicas, que para muitos disputam o título de melhor restaurante do país: o Fialho e a Tasquinha do Oliveira.

O primeiro é quase um patrimônio nacional, foi fundado em 1948 e desde então vem gerando vários “filhos”, pequenos restaurantes de funcionários que saíram do Fialho para montar seu próprio negócio. E esse é o caso da Tasquinha do Oliveira.

Seu proprietário, Manuel Oliveira, trabalhou no Fialho e saiu de lá para montar seu pequenino restaurante (pequenino mesmo, tem só cinco mesas) com a mulher, Carolina, que na minha opinião deve ser a melhor cozinheira de Portugal. Porque comanda sozinha a cozinha da Tasquinha e lá foi sem dúvida o melhor jantar que tive no país.

Foi lá também o único lugar que precisei fazer reservas (e com um mês de antecedência). Como é muito pequenino, é bom se garantir e também chegar na hora, às 20h em ponto. Como apenas Manuel e Carolina cuidam do restaurante, tudo é orquestrado para sair da cozinha e servir as mesas ao mesmo tempo, garantindo a qualidade da comida e do serviço.

Tasquinha do Oliveira

Quando chegamos, a mesa já estava pronta com algumas opções de entrada nos esperando. Esse é, aliás, um costume comum em Portugal: você escolhe o vinho e o prato principal, mas as entradas são “escolhidas” para você, o que também pode encarecer um tanto a conta. Mas, confie, vale a pena. Na minha mesa, quando sentei tinha:

As melhores pataniscas que provei em Portugal: não é um bolinho, mas um tempurá de lascas de bacalhau e batata

Uma torta folhada recheada com perdiz

Um queijo amanteigado do Azeitão

Um frango assado e desfiado em forma de salada, temperado com azeite e coentro, que é divino! Perguntei para o sr. Oliveira qual era o segredo. E ele respondeu: “A forma de assar o frango”. Mas só deu risada e fingiu não ter ouvido quando eu pedi a receita…

Um polvo no azeite, alho e coentro, com a textura perfeita

E uma sapateira já desfiada e servida fria

Depois de tudo isso, optamos por escolher só um prato principal e dividir:

Porco preto com amêijoas e verduras. Parece que a mistura é estranha, né? Mas o resultado final é divino, leve e saboroso. A carne do porco preto é macia, por conta um pouco da quantidade de gordura, mas a questão é que você não percebe essa gordura, ela é na medida para dar maciez. Com um molho leve, misturada às amêijoas, virou iguaria local.

Mas não satisfeito, sr. Oliveira ainda fez questão de mandar uma surpresa para a mesa que disse ser muito mais do que 5 estrelas. E nós aceitamos, claro:

Era um suflê de espinafre e camarões e também uma das melhores coisas que já comi na vida, levíssimo, macio, aerado… Sonhei com ele vários dias depois desse jantar.

E como eu não me dou por satisfeita, ainda pedi sobremesa:

Sericaia (doce feito com base de ovos, leite e açúcar) com ameixas de Elvas (cidade perto de Évora), especialidade alentejana.

O jantar para duas pessoas com vinho saiu por 120 euros.

Próxima parada: Fialho

O esquema é o mesmo: chegamos e encontramos uma linda mesa pronta

Pão e presunto pata negra. Só escolhemos o vinho, aliás, indicação de amigos portugueses e que adoramos: Tapada de Coelheiros.

Cogumelos e polvo, os dois preparados da mesma maneira: muito azeite, alho e coentro.

Partimos então para os pratos principais:

bacalhau à Lagareiro (veja receita), com batatas aos murros, alho assado e muito azeite.

E um cabrito assado, com a carne desmanchando, servido com batatas

As queijadinhas vêm junto com o café para encerrar.

O jantar para duas pessoas com vinho saiu por 95 euros.

E, sim, da minha curta experiência em Portugal, Tasquinha do Oliveira e Fialho foram os dois melhores restaurantes.

Tasquinha do Oliveira: rua Cândido dos Reis, 45-A, Évora, Portugal. Tel. 266 744841.
Fialho: Travessa dos Mascarenhas, 16, Évora, Portugal. Tel. 266 703079.

Autor: Alessandra Blanco

Vinhas da Bairrada

Vinhas da Bairrada from bairradadigital on Vimeo.

DET GODA KOKET 2008

DET GODA KOKET 2008 – Feira para Consumidores
A DET GODA KOKET 2008 – Feira para Consumidores vai decorrer, em Estocolmo, de 7 a 9 de Novembro e conta com a presença da ViniPortugal.

Rede social para vinhos

Portugal é um país de vinho, mas este é um projecto que quer ter alcance global. O Adegga é lançado esta noite (ainda em fase beta) e vai permitir aos apreciadores trocarem impressões e gerirem as suas adegas pessoais.

O serviço, concebido por informáticos portugueses, oferece ainda a produtores e vendedores a possibilidade de se integrarem na comunidade, ao mesmo tempo que promovem os seus produtos.

Quatro vinhos portugueses na lista dos 100 melhores

Os vinhos portugueses escolhidos são Quinta do Feital Vinho Verde Dourado Alvarinho 2005, Quinta do Crasto 2004 Douro Reserve, Taylor Fladgate Porto Vargellas 2004 e Taylor Fladgate Porto Vargellas Vinha Velha 2004.

No que diz respeito às caves vinícolas portuguesas escolhidas a Wine & Spirits considerou que o Vinho Verde Quinta da Aveleda 06, o Vinho Verde Alvarinho 06 e o Bairrada Follies 05 foram os melhores vinhos produzidos pela Aveleda enquanto o Douro Reserva 02, o Douro Prazo de Roriz 05 e o Porto Vintage 04 foram os melhores vinhos da Quinta de Roriz.

A revista escolheu, também, seis vinhos portugueses para a sua lista das “100 melhores compras”, elaborada com base na relação preço/qualidade.

Esses vinhos são o Portal do Fidalgo Vinho Verde Monção Alvarinho 2006, Muros Antigos Vinho Verde Escolha Loureiro 2006, Fuzelo Vinho Verde Monção, Aveleda Vinho Verde Quinta da Aveleda 2006, J&F Lurton Douro Pinheiros 2004 e Croft Porto Quinta da Roeda 2004.